O
lançamento do livro “O Buraco e outros texto” da professora Fernanda Paz, Editora
Multifoco, acontecerá no dia 15 de março no Clube dos Diários às 20h.
O
livro “O
BURACO” além de ser o título do principal texto da obra, é uma sugestão ao
lado mais profundo do ser humano, tudo o que de alguma forma jogamos em um
buraco a fim de ocultarmos dos outros e de nós mesmos.
O conceito principal é que situações
cotidianas ou fictícias podem ser repassadas ao público de forma simples e
acessível. A literatura está ao nosso lado a todo minuto, qualquer um de nós
pode ser um personagem principal cheio de dilemas ou loucuras em uma história
qualquer. Outro importante conceito é a alerta à rapidez do dia-a-dia que
engole facilmente desejos e anseios impondo a cada um de nós “trabalhos
forçados” e cabe a cada um encontrar sua fuga. A temática da feminilidade
também é um conceito forte que permeia o livro, as características exclusivas e
exageradas que faz da mulher o ser louco e admirável pela cena literária geral.
Fernanda
Paz é estudante de Artes plásticas na Universidade Federal do Piauí, graduada
em Pedagogia pela Universidade Estadual do Piauí. Trabalha com educação infantil
na Prefeitura Municipal de Teresina e cursa especialização nesta área pela
Universidade Federal do Piauí. Estudou teatro na Oficina Permanente de Teatro
Procópio Ferreira. Participou da obra Antologia Transcultural de Poesia Feminina
com organização de Algemira Mendes e Marleide Lins.
Aqui
está um trecho do capitulo:
“As moradias são do tamanho das humanas, com
móveis de verdade. Só que estes são programados. A TV passa quase o dia inteiro
ligada. Existem coisinhas parecidas com trilhos dentro da casa que fazem os
bonecos se mover por ali bem como na rua.
Na casa
que eu vivo, existem dois bonecos. Um feminino e outro masculino. De manhãzinha
o boneco se levanta e se direciona para fora de casa, e passa o dia por lá
mesmo. Acredito que seja uma espécie de trabalho, já que esporadicamente ele
chega com coisas novas, as coisas que vemos na TV. A boneca vai para a cozinha.
Eu fico por ali observando o movimento. Também aproveito pra ler. Há muitos
livros, mas não são tocados. Acho que não existe ainda mecanismo de leitura
nesses bonecos, apesar de se alimentarem e fazerem outras coisas dignas de
humano.
Sinto-me
estranha. Eles não conversam. Nada de sentimento, nada de afeto."
(Moro numa cidade de bonecos, texto do livro
“O BURACO e outros textos”, Fernanda Paz)
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